Tuesday, April 04, 2006

Movimentações. Alianças estratégicas. China.

por Jeffrey Nyquist em 30 de março de 2006


A aliança entratégica entre Rússia e China continua a
crescer, abrangendo um
círculo cada vez maior de pequenos sócios no
Hemisfério Ocidental (incluindo
Cuba, Venezuela, Brasil, Bolívia e até o México).
China e México
congratulam-se em parcerias estratégicas, causando
confusão naqueles que
ignoram os ressentimentos nacionais e os rancores
históricos. Para aqueles
que têm alguma sabedoria em assuntos internacionais,
um respeitoso silêncio
em torno da inferência estratégica sobre esse tema é
socialmente
recomendável. Em dezembro, o primeiro-ministro chinês
Wen Jaobao
encontrou-se com o presidente mexicano Vicente Fox,
que disse que Wen
escolheu o México como seu primeiro destino
internacional por um bom motivo.
Os dois países estão destinados a reforçar seus laços
bilaterais, lutando
juntos por um mundo mais igual.

Alguém poderia perguntar o que há de tão desigual que
exija o fortalecimento
desta singular parceria. Os estrategistas e os
historiadores devem se
lembrar da importância logístico-militar, das
aspirações militares e da
contribuição do ex-ministro das Relações Exteriores da
Alemanha Imperial,
Arthur Zimmermann, e seu famoso telegrama de 16 de
janeiro de 1917.
"Pretendemos iniciar uma irrestrita guerra de
submarinos", explicou
Zimmermann ao embaixador alemão em Washington. "Temos
de nos esforçar,
apesar disso, em manter os Estados Unidos neutros.
Caso não consigamos,
façamos uma proposta de aliança ao México nas
seguintes bases: declarar
guerra conosco, fazer as pazes conosco, generoso apoio
financeiro, e um
entendimento, de nossa parte, se o México procurar
reconquistar os
territórios do Texas, Novo México e Arizona.
Deixaremos os detalhes da
colonização com vocês".

Poderosos países anti-democráticos da Ásia e da Europa
há muito tempo sonham
em dominar suas respectivas regiões. Desde 1917,
surgiu diante deles um
grande obstáculo (isto é, os Estados Unidos da
América). Os japoneses
bateram de frente nesse obstáculo em 1941. Russos,
chineses, iraquianos,
norte-coreanos e norte-vietnamitas também tiveram suas
experiências em
primeira mão (junto com alemães e italianos). Por mais
de 100 anos, os
Estados Unidos preferiram a neutralidade, conforme
recomendado por George
Washington. Mas a realidade estratégica moderna - a
realidade dos
submarinos, porta-aviões, bombardeiros, mísseis - dita
a política americana
de compromisso, pelo menos para evitar o isolamento
dos Estados Unidos
diante de uma aliança de potências totalitárias. Era
uma aliança, não tenham
dúvida, que Arthur Zimmermann estava forjando quando
em 1917 escreveu ao seu
embaixador em Washington: "Você informará o presidente
[do México] do
supracitado na mais alta secretude, assim que a guerra
com os Estados Unidos
estiver para acontecer, e sugira a ele que convide,
por iniciativa própria,
o Japão a aderir imediatamente e que atue como
mediador entre o Japão e
nós".

O cerco a prováveis inimigos é uma tática antiga. No
caso do México, uma
aliança asiática é uma proposta respeitável. Mas,
lamentavelmente para
Arthur Zimmermann, sua idéia estava 89 anos à frente
de seu tempo. A função
do México para um país asiático aspirante à potência
era óbvia em 1917. Para
que essa utilidade se tornasse efetiva, porém,
condições especiais eram
necessárias. Não é que o México se recuse a formar uma
aliança contra os
Estados Unidos. Se o México tivesse potência militar
suficiente (ou se a
América estivesse de joelhos), uma invasão mexicana
seria inevitável. Mas o
México é uma potência militarmente fraca, e a América
é uma potência muito
forte. Mas, novas armas em uma nova era, em meio a
vulnerabilidades
recentemente descobertas e um sistema econômico
precário que exija
fronteiras abertas para continuar operando, são
indícios de que uma vindoura
"virada de mesa" está a caminho.

Quando um país estrategicamente importante como a
China estende a mão a um
país insignificante como o México, devemos nos
perguntar se esse país
insignificante terá um significativo papel no futuro.
Em sua resposta à
inferência de Vicente Fox a respeito da recente
importância do México, o
premier chinês falou de fortalecer "a confiança mútua"
e de uma "cooperação
mais profunda" entre os dois países. "Nossas relações
oferecem a nós uma
oportunidade estratégica ímpar", disse o premier
chinês. É um traço peculiar
da psicologia social o fato de os americanos não
conseguirem perceber que a
China considera o comércio como uma arma estratégica.
E devemos distinguir a
esfera econômica da esfera estratégica. O México está
se tornando um novo
destino turístico do público chinês. Os dois países
estão se juntando,
também, para promover os interesses de países em
desenvolvimento e para
promover a "paz mundial".

A parceria da China com o México deve ser entendida
comparando-a com a
parceria da China com a Rússia. Considere a seguinte
informação relevante:
na Rússia, o Gen. Vladimir Vasilenko, chefe do 4º
Instituto Central de
Pesquisa Científica do Ministério de Defesa da Rússia,
assinalou o desejo de
Moscou de retirar-se do Tratado INF (*), posicionando
novos mísseis de médio
alcance. Numa declaração que prefigura um futuro
anúncio do Kremlin, o Gen.
Varfolomey Korobushkin, primeiro vice-presidente da
Academia Militar de
Ciências da Rússia, disse: "A construção de um novo
sistema de mísseis de
defesa nos Estados Unidos provocará inevitavelmente
uma nova corrida
nuclear".

Por que os russos estão interessados em mísseis de
médio alcance?

A menor distância entre dois pontos geralmente está no
mesmo hemisfério. O
posicionamento da China no Hemisfério Ocidental, por
exemplo, tem
importância especial. De acordo com o Gen. Bantz J.
Craddock, do Comando do
Sul dos EUA, a China está oferencendo apoio e
treinamento militar à América
Latina. Conforme escreveu Bill Gertz, correspondente
do Washington Times, em
sua coluna de 15 de março, "O crescente papel da China
[na América Latina]
vem em meio a diversas visitas de alto escalão de seus
líderes e outras
atividades destinadas à formação de laços militares e
econômicos com
governos esquerdistas e outros países, numa região
estratégica considerada
há muito como estando dentro da esfera de influência
dos EUA".

Além da óbvia prontidão em treinar soldados cubanos,
venezuelanos e
bolivianos, os chineses atualmente estão fornecendo
hardware militar aos
"amigos" latino-americanos. O treinamento intensivo de
oficiais de
artilharia cubanos leva alguns observadores a se
perguntarem se Cuba
pretende adquirir seus próprios mísseis de médio
alcance (da Rússia, China
ou Irã). Um recente visitante de Cuba foi o Gen. Peng
Xiaofeng, comissário
das forças de mísses da China. De acordo com o Gen.
Craddock, os EUA sabem
"quase nada" sobre a extensão das atividades
estratégico-militares dos
chineses no Hemisfério Ocidental. Acrescente a isso a
penetração econômica
chinesa e a subversão política do Canadá, e uma visão
mais clara do cerco
estratégico ficará evidente.

De 21 a 22 de março, o presidente Vladimir Putin
esteve na China. Empregando
fórmulas eufemísticas, russos e chineses disseram que
desejam uma "solução
diplomática" no Oriente Médio. É claro, uma solução
diplomática significa
deixar os fanáticos muçulmanos adquirirem armas
nucleares - algo que os
russos os encorajam há muitos anos.

Tudo aqui está interligado.


(*) Tratado assinado em 1980 pelos Estados Unidos e a
União Soviética que
garante o afastamento de mísseis nucleares de pequeno
e médio alcance da
Europa. (N. do T.)

© 2006 Jeffrey R. Nyquist

Publicado por Financialsense.com

Tradução: MSM

Wednesday, March 22, 2006

Cartilha Jurídica do Terceiro Setor

Disponível para download a “Cartilha Jurídica do Terceiro Setor”
No dia 16 de fevereiro aconteceu o “Simpósio Jurídico e de Gestão do Terceiro Setor”, evento que marcou a parceria do CETS – Centro de Estudos do Terceiro Setor da Fundação Getúlio Vargas e a Comissão de Direito do Terceiro Setor da OAB/SP.

Na ocasião, foi lançada a Cartilha Jurídica do Terceiro Setor. Abordando seus aspectos legais, foi criada para ser uma ferramenta para advogados e profissionais que trabalham no setor, auxiliando-os nas questões jurídicas enfrentadas pelas organizações sem fins lucrativos, tais como: a constituição de associações e fundações, títulos e qualificações concedidos pelo Poder Público e aspectos tributários e trabalhistas do Terceiro Setor.

Para que todos os estados brasileiros possam ter acesso a Cartilha Jurídica do Terceiro Setor, foi criado uma versão eletrônica para download. Para ter acesso clique aqui.

Sunday, March 12, 2006

medidas emergenciais necessárias para a implementação do Plano de Contingência Brasileiro para a Pandemia de Influenza,

DECRETO DE 24 DE OUTUBRO DE 2005 - instituí o Grupo Executivo Interministerial com a finalidade de acompanhar e propor as medidas emergenciais necessárias para a implementação do Plano de Contingência Brasileiro para a Pandemia de Influenza, visando a sua prevenção e controle no território nacional.
1. Ministro defende amplo acesso dos países a vacina e medicamento contra a gripe
2.
Vigilância da Influenza no Brasil
3. - Campanha vacina maiores de 60 contra gripe - 18.4.2005
4. - Saúde investe 223,1 milhões na campanha contra gripe - 19.04.05
5. - Doentes crônicos com menos de 60 anos têm vacina contra gripe apenas em centros especiais - 26.4.2005
6. - Vacinação: idosos têm até dia 6 para se imunizarem contra gripe - 2.5.2005
7. - Gripe: amanhã é o último dia para a vacinação do idoso - 05.05.05
8. - O Brasil não será surpreendido pela pandemia de gripe - 19.10.2005
9. - Rede de alerta para gripe aviária ganha reforço - 21.10.2005
10. - Estados se mobilizam para prevenção da gripe - 4.11.2005
11.
- Saraiva Felipe fala sobre gripe aviária no Uruguai - 10.11.2005
12. - Governo investe pesado contra a gripe - 16.11.2005
13. - Conheça o Plano de Comunicação de Governo
e envie suas sugestões - 6.02.2006

Friday, March 10, 2006

OMS prepara ações contra ameaça da gripe aviária

Segunda, 6 de março de 2006, 10h08
OMS prepara ações contra ameaça da gripe aviária

da gripe aviária pelo mundo é algo sem precedentes e o risco de uma pandemia humana persistirá, mas o planeta não está totalmente indefeso, afirmou na segunda-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em declarações dadas no começo de um encontro de três dias com especialistas para melhorar as defesas globais contra qualquer surto da doença entre os seres humanos, a maior autoridade da OMS para a área de gripe disse que o principal seria tentar acabar com o surto antes de ele instalar-se. Se isso não der certo, a próxima manobra seria tentar conter sua disseminação e evitar um grande número de mortes e os prejuízos econômicos a serem provocados por uma pandemia total, afirmou Margaret Chan. "Quando um vírus sabidamente imprevisível como o vírus da gripe recebe oportunidades sem precedentes, temos de nos preparar para surpresas", afirmou a autoridade nas declarações iniciais do encontro, realizado na sede da OMS, em Genebra. "Mas não estaremos sem defesas se agirmos coletivamente neste momento", acrescentou. Cerca de 30 epidemiologistas, virologistas e especialistas de laboratório participam das reuniões, junto com autoridades da área de saúde de países afetados pela doença. A meta do encontro é afiar ainda mais o projeto da OMS para uma "estratégia de contenção da pandemia", que prevê o uso de quarentenas e do antiviral Tamiflu, da empresa suíça Roche, como medidas centrais na batalha contra a ameaça. O vírus H5N1, responsável pela gripe aviária, matou aves em mais de 30 países, da Coréia do Sul à França, passando pela Nigéria. Ele atingiu 15 países no mês passado e contaminou 174 pessoas desde 2003, matando 94 delas. "O que aconteceu nas últimas semanas justifica nossa preocupação", disse Chan. Os cientistas afirmam que o vírus está sofrendo mutações constantemente e que pode adquirir a capacidade de passar facilmente de uma pessoa para outra. Como o organismo humano não tem defesas contra esse vírus, ele poderia espalhar-se pelo mundo em questão de semanas ou meses, matando milhões de pessoas e provocando grandes crises econômicas. Mesmo que a pandemia não possa ser evitada, as ações na área de saúde pública, como as quarentenas, podem dar tempo aos países para intensificar suas medidas de controle, diz a OMS.

CRÍTICA DO CAPITALISMO PARA O SÉCULO XXI

CRÍTICA DO CAPITALISMO PARA O SÉCULO XXI

Com Marx para além de Marx: o Projecto Teórico do Grupo "EXIT!"

Desde o fim dos anos 80, assistimos em todo o mundo à agonia de
marxismo, socialismo, movimento operário, movimentos de libertação
nacional, e não só. Também o clássico Estado de Bem-Estar Social
burguês está em dissolução, o paradigma keynesiano não passa agora
duma nostalgia e os regimes do "desenvolvimento" no Terceiro Mundo
desmoronam-se, até mesmo nas suas variantes pró-ocidentais. A antiga
oposição entre reforma e revolução na esquerda torna-se supérflua,
uma vez que já não existe um horizonte comum entre desenvolvimento e
movimento social. Em toda parte as instituições que restam da antiga
luta de interesses sociais içam a bandeira branca da rendição. O
conceito de "reforma social" transformou-se no seu exacto oposto e
foi semanticamente ocupado pela contra-reforma neoliberal, que aos
poucos vai liquidando todas as conquistas sociais, sistemas de
segurança social e serviços públicos. O paradigma neoliberal já não é
uma posição diferente, mas um consenso suprapartidário, que atinge
grande parte da esquerda. E a resistência torna-se cada vez mais
fraca, até mesmo grandes greves e incendiários movimentos de massas
terminam sistematicamente em derrota e resignação.

Aparentemente o capitalismo venceu em toda a linha. E isso não só
como poder exterior repressivo, mas até no interior dos próprios
sujeitos. A aparente "lei natural" do mercado e a universalidade
negativa da concorrência são vividas como condições inultrapassáveis
da existência humana, apesar dos seus efeitos devastadores,
humilhantes e insuportáveis. Quanto mais claro fica que essa ordem
social planetária resulta em autodestruição social e ecológica, mais
obstinadamente os indivíduos se agarram às categorias e critérios
dessa forma negativa de socialização que interiorizaram. Na mesma
medida em que a racionalidade burguesa se dissolve na barbárie
prevenida por Marx, o pensamento social recusa qualquer reflexão
crítica, e invoca uma "civilização" capitalista, que só existiu como
progresso positivo na apologética ideológica. O poder militar da
polícia mundial capitalista não soluciona problema nenhum e apenas
potencializa o caos destrutivo e a falta de perspectivas. O
capitalismo só venceu na forma da sua própria crise, que no entanto
se tornou a crise dos mesmos famosos "sujeitos actuantes", e por isso
já não parece abrir nenhuma via de emancipação social. A nova
qualidade da crise paralisa a crítica, em vez de a mobilizar...

CRÍTICA DO CAPITALISMO PARA O SÉCULO XXI - (Janeiro de 2006)

Texto em:
http://obeco.planetaclix.pt/





Só reenvie à lista o estritamente ne

Wednesday, March 08, 2006

Debate sobre Vegetarianismo

Olá, amig@s das redes.
Permitam-me ampliar no espaço uma reflexão que surgiu na Rede Brasileira de Educação Ambiental, originada a partir da minha apresentação da entrevista do Presidente da Eslovênia sobre vegetarianismo, a qual eu havia encaminhado à rede. Na apresentação eu dizia:
"Encaminho a entrevista do presidente da Eslovênia sobre a dieta vegetariana e nossa relação com os animais. Acho interessante que um chefe de estado dê este relato, mostrando a penetração na política de almas sensíveis e compromissadas com o futuro".
Esta apresentação gerou o questionamento de uma educadora socioambiental, que argumentou o seguinte:
"Filipe, desculpe, mas de acordo com a tua colocação sobre o presidente - "mostrando a penetração na política de almas sensíveis e compromissadas com
o futuro" - você quis dizer que ele, defendendo o vegetarianismo e os direitos dos animais, tem alma sensível e compromissada com o futuro?

Aí fica a minha pergunta: quem come carne, não é vegetariano, por acaso tem alma insensível e não é compromissado com o futuro?

Se for isso que você realmente pensa, fica outra pergunta: onde está a tolerância com o diferente, o respeito pela escolha alheia? O entendimento que as pessoas tem diferentes visões e diferentes significações na sua vida cotidiana? Penso eu que, sem isso, os educadores e educadoras não tem como ir muito longe, não..."
Segue então a minha resposta a ela e à rede. Considero este um tema de grande importância e conectado com todos os outros temas referentes à sustentabilidade humana e planetária. Assim justifico este encaminhamento.
Saudações fraternais,

Filipe Freitas
"Se você diverge de mim, não é meu inimigo. Você me completa."
D.Helder Câmara

____________________________________
Prezada Renata e amig@s da REBEA,
Considero oportuna a sua colocação e surge então um bom momento para refletirmos sobre o consumo de carne. Peço licença para uma mensagem um tanto longa.
Pessoalmente não sou radical neste assunto, não saio por aí incriminando as pessoas carnívoras, culpando-as por grande parte do solapamento dos ecossistemas terrestres, pois tenho a percepção de que se trata de uma herança cultural muito antiga, talvez um milhão de anos, ou mais, que viemos nos alimentando de animais. É importante salientar que nesses um milhão de anos tivemos pelo menos 17 glaciações, o que diminuía radicalmente a disponibilidade de vegetais nutritivos. Nessas circunstâncias, se alimentar de carne ganha uma conotação bastante diferente.
Independentemente das causas de nossa transformação da dieta - de herbívoros, tais como nossos ancestrais primatas, a carnívoros - é longo o caminho da nossa história em que nos alimentamos de carne. Portanto, não será de uma hora para outra que vamos mudar nossos hábitos alimentares e temos, realmente, que ter tolerância em relação a este fato.
Mas estamos em reflexão em ambiente de educadores ambientais e, portanto, fomento uma maior amplitude de compreensão das implicações do consumo de carne na atualidade.
Vamos a alguns fatos:
Atualmente temos quase o mesmo número de bois e vacas que seres humanos na Terra. Estima-se em mais de cinco bilhões o número de bovinos habitando o planeta atualmente. Pensemos: se cada boi precisa de, no mínimo, meio hectare de terra (no mínimo mesmo, pois a fazenda tem que ter pastos excepcionais e ser altamente produtiva, fazendas convencionais costumam trabalhar com uma cabeça de gado por hectare), precisaremos de, no mínimo, aproximadamente, 3 bilhões de hectares de terra para pastagens. Se pensarmos que são 9 bilhões de hectares de terra produtiva que existe na Terra, imaginemos o impacto ambiental dessas pastagens que exterminam com a diversidade biológica dessas áreas...
Nossas florestas estão virando pasto em um ritmo muito intenso. Aqui em Minas Gerais, o problema é agudo. Não é à toa que as pessoas costumam dizer que "as minas viraram pastos". É importante saber que aquele bife de alcatra que uma pessoa coloca no prato tem um sabor camuflado de floresta (boa parte deles tem sabor de floresta amazônica). A soja, que é também uma das grandes responsáveis pelo desmatamento no Brasil, é plantada principalmente para alimentar bois, saibamos disso. O dematamento acarreta efeito em cadeia nos problemas climáticos. Tudo está interligado. O consumo de carne é hoje, seguramente, um dos maiores problemas ambientais do planeta. (Para aprofundamento neste tema, segue abaixo um artigo do jornalista Washington Novaes sobre os impactos ambientais do consumo de carne.)
Muitas pessoas, todavia, não tem essa compreensão. Portanto, há muitas almas sensíveis e compromissadas com o futuro que, sim, comem carne. Mas nesse caso é por ignorância, no sentido mais puro e menos pejorativo do termo.
Alguns poderão dizer, "mas carne é fundamental para a saúde". Isso é uma falácia. É um argumento utilizado por aqueles que não querem parar de comer carne. Também são frutos de pesquisas subsidiadas por produtores de carne e frigoríficos. Quem foi ao Congresso Mundial de Vegetarianismo acontecido em Florianópolis há pouco tempo teve acesso a uma grande quantidade de estudos que desmentem incisivamente esta afirmação. Dou o meu exemplo.
Eu, que tenho sangue tipo O, que na medicina ortomolecular sugere ser o tipo de sangue mais carnívoro, não como carne há três anos e nem por isso fiquei fraco, anêmico, etc. Pelo contrário, minha vitalidade aumentou. Nossa dieta é excessivamente proteica e os vegetais são mais do que capazes de nos suprir com todos os aminoácidos, açúcares, lipídios e vitaminas que precisamos.
Agora chego ao ponto que, para mim, é o cerne da questão.
A espécie humana, em sua peculiar visão cultural antropocêntrica, costumeiramente imaginando que é a Terra e os seres da Terra que têm que se adaptar a nós, e não o contrário, tornou-se uma espécie escravocrata por excelência e radicalmente insensível ao sofrimento de outros seres vivos.
Apoderamo-nos dos animais e fazemos com eles barbaridades impressionantes. Porcos que nasceram para fuçar a terra, hoje já não fuçam mais, pois vivem enclausurados em ambientes de cimento, superlotados. Galinhas que nasceram para ciscar a terra, hoje já não ciscam mais, pois vivem amontoadas em granjas, tendo, inclusive, seus bicos decepados para evitar que se matem umas às outras no desespero da falta de espaço. Bois estão cada vez mais em regime de confinamento nos quais são impedidos de andar para preservar sua carne macia e suculenta. E por aí vai...
É uma carnificina sem precedentes.
Portanto, não é a morte dos animais o que me toca, mas a vida dos animais. O que estamos fazendo com os animais é intolerável. Vacas e porcos, por exemplo, são mamíferos. Tem um sistema nervoso bastante desenvolvido e, consequentemente, uma estrutura emocional e uma sensibilidade aguçadas. Atualmente são nossos escravos. Desde o nascimento são encaminhados a uma rotina de profundo sofrimento e a certeza de uma execução fria e sanguinolenta.
Neste contexto, o argumento de boa parcela dos vegetarianos de que não podemos matar um animal para comer é, na verdade, muito frágil. Afinal, a vida na Terra está há quatro bilhões de anos em evolução com os seres vivos em um processo contínuo de substituição química, uns se alimentando dos outros. A morte dos animais é, portanto, um argumento frágil pois retrata uma dinâmica própria da natureza. Além disso, ao comermos uma mandioca ou uma cenoura também estamos matando um ser vivo. E por que não devemos considerar este ponto de vista, visto que há estudos mostrando a grande sensibilidade vegetal (vide "A Vida Secreta das Plantas", de Peter Tompkins e Christopher Bird, Editora Exped)?
Por conseguinte, não é a morte, mas a vida dos seres da Terra que uma alma sensível deve prezar e trabalhar para dignificá-la. Se alimentar de carne hoje é fechar os olhos para esta realidade e compactuar com um sistema de crueldade acintosa.
Afirmo isso em comunhão com a Terra Vivente. Quem sabe chegaremos a um estágio espiritualmente mais elevado quando nos alimentaremos somente de frutos e sementes, as dádivas que a natureza nos oferta diariamente?
Recomendo a todos os educadores ambientais o filme "A Carne é Fraca", do Instituto Nina Rosa (www.institutoninarosa.org.br), para uma visão mais lúcida do que significa um singelo filet, salsicha ou peito de frango no prato de cada dia.
Deixo aqui registrado que nem toda carne é tão impactante assim. Existe hoje oferta de "carne orgânica" que talvez amenize o quadro de devastação ambiental e espiritual do consumo de carne para aqueles que tem dificuldade de modificar a dieta. Um quilo de carne orgânica custa em torno de trinta, quarenta, cinquenta reais aqui em Belo Horizonte. É o custo mínimo para embutir os danos ambientais da produção.
Pescar artesanalmente também não é uma prática tão impactante (notemos a diferença entre a pesca artesanal e a indústria da pesca!). Se não conseguimos deixar de comer carne, ao menos podemos comer carne com responsabilidade e lucidez.
Agora, saber as implicações do consumo de carne e continuar comendo carne sem se preocupar com este ato é, sim, em minha opinião, insensibilidade e falta de responsabilidade pessoal para com as atuais e futuras gerações.
Renata, você me perguntou sobre a tolerância, o respeito com a escolha alheia. Reflitamos todos sobre nossas escolhas. Entre o nosso deleite individual e a harmonia da biosfera, o sistema que, queiramos ou não, é o nosso lar, o nosso corpo, e do qual dependemos inteiramente para nossa sobrevivência.
Fraternalmente,
Filipe Freitas

FRAQUEZAS DA CARNE

No mesmo dia em que o anúncio de um caso de febre aftosa no Pará levava alguns países a suspender as compras de carne bovina brasileira, as agências de notícias informavam sobre a morte de uma jovem nos Estados Unidos, a primeira vítima humana naquele país da encefalopatia espongiforme bovina (“doença da vaca louca”), que já matou mais de 140 pessoas na Inglaterra em poucos anos e 18 só no ano passado. Outras 16 mil pessoas podem estar infectadas nesse país, mas ainda sem sintomas, segundo estudo do governo inglês.

No mesmo dia, a Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), da ONU, e a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) decidiram juntar esforços diante do aumento preocupante de “doenças transfronteiriças” como a aftosa e a “gripe das aves”, motivado, segundo elas, pelo comércio internacional de carnes e pelos deslocamentos humanos. As duas organizações decidiram criar um sistema mundial de informação e alerta nessa área. Pondo mais uma vez em evidência a extensão e a gravidade do problema da segurança alimentar no mundo.

E isso ocorre no momento em que o Brasil assume o lugar de maior exportador de carne bovina, graças, inclusive, a uma expansão de 200 mil hectares nas áreas de criação. No ano passado, já foi exportado 1,4 milhão de toneladas de carne bovina, no valor de US$ 1,5 bilhão. E US$ 1,79 bilhão em carne de frangos, 20% mais que no ano anterior. A expansão da carne bovina brasileira prossegue este ano, com mais 19,5% em quatro meses. Para assegurar essa posição, o País mantém hoje um plantel de 185 milhões de cabeças de gado bovino e 180 milhões de galinhas (fora 32 milhões de porcos).

A mesma FAO estima que um terço das exportações mundiais de carnes esteja hoje sob ameaça de doenças. Canadá e Estados Unidos têm problemas. A Tailândia abateu 36 milhões de aves; o Canadá, 19 milhões. A “gripe das aves” já atingiu também a China, a Coréia do Sul, o Paquistão, a Indonésia, o Vietnã, o Japão, Taiwan, o Laos e o Camboja.

A produção mundial de carnes chega hoje a quase 250 milhões de toneladas – o dobro do que se produzia em 1997. Em meio século, multiplicou-se por cinco. Os rebanhos bovinos passaram de 3 bilhões para 5 bilhões desde 1960 (mais 60%); os plantéis de aves, de 4 bilhões para 16 bilhões de cabeças (mais 300%).

Aí começa outra complicação: a insustentabilidade dos atuais padrões de produção e consumo no mundo, apontada em vários relatórios e comentada neste espaço. Esses padrões já levam a um consumo mais de 20% além da capacidade de reposição da biosfera. E se concentram em quase 80% nos países industrializados, que têm menos de 20% da população mundial – ao mesmo tempo em que metade da população do mundo vive abaixo da linha da pobreza e 840 milhões de pessoas passam fome. E a população mundial ainda crescerá entre 2,5 bilhões e 3 bilhões de pessoas até 2050.

E ainda há outros ângulos do problema. Gerar uma caloria de carne de boi, porco ou frango, por exemplo, exige de 11 a 17 calorias de alimentos. Expandir a produção de carnes exigirá novas e extensas áreas, para pastagens ou plantação de grãos – o que significará mais desmatamento e perda da biodiversidade no mundo. Uma dieta de carnes exige de duas a quatro vezes mais solo que uma dieta vegetariana, argumenta-se.

E o problema só não é maior porque, enquanto um habitante do Primeiro Mundo consome 80 quilos anuais de carnes, no chamado Terceiro Mundo essa média é de 28 quilos anuais.

Outro ângulo das discussões é o dos métodos de criação. Há 30 anos, levava-se três meses para produzir um frango em condições de abate. Hoje, a média é de 41 dias e a cada ano se reduz um dia. Graças a novos métodos, novas tecnologias, novos promotores de crescimento, novos sistemas de confinamento.

Ainda recentemente, uma instituição que se preocupa com animais, a Compassion in World Farming (CWF), numa ação que levou à Alta Corte de Londres, pediu que fossem declarados ilegais – porque “cruéis” – os atuais sistemas de criação de frangos, visando ao crescimento rápido. Segundo a CWF, os frangos hoje provêem de um “pool” genético cada vez menor – 98% dos que são criados para abate descendem de aves supridas por apenas três empresas. Crescem tão rapidamente que o esqueleto não chega a se formar de todo, com sofrimento intenso. A pressão sobre o sistema cardiovascular – segundo estudo da Universidade de Bristol – é intensa. Grande parte do plantel desenvolve ascite, deficiências no coração, edema no fígado. Por tudo isso, são animais que procuram nos alimentos de preferência fragmentos que contenham analgésicos – o que pode levar a outros problemas para o consumidor. Nos rebanhos bovinos os problemas também são freqüentes, principalmente com bezerros que crescem tanto no útero que as cirurgias cesarianas se tornam quase regra.

Esses e outros problemas levaram recentemente a União Européia a baixar legislação que limita o número de frangos e porcos segundo a área disponível. Em 2006, entrará em vigor nesses países a proibição do uso de promotores do crescimento. Mais um ângulo: a geração pelos rebanhos de gases que intensificam o efeito estufa. São 10% das emissões totais e 25% no caso do metano (que permanece menos tempo na atmosfera, mas tem efeito mais de 20 vezes mais grave que o do dióxido de carbono).

Outro ângulo ainda : consumo de água. Pelo menos 3,5 mil litros são necessários para produzir um quilo de carne de frango, 6 mil para um quilo de carne de porco, pelo menos 15 mil para um quilo de carne bovina. Enquanto isso, um quilo de batatas pode ser produzido com até 500 litros. Terra e água necessárias para produzir um quilo de carne são suficientes para 200 quilos de tomates ou 160 de batatas, segundo o Worldwatch Institute. E as pastagens cobrem um terço das terras no mundo. Não é só. Os efluentes de criações são responsáveis por 50% da poluição da água na Europa e pela acidificação do solo (quando depositados sem tratamento).

São muitos ângulos. E, exatamente por estar assumindo a liderança do mercado mundial de carnes, o Brasil precisa pensar em todos eles. Segurança alimentar, segurança para a saúde do consumidor, sustentabilidade dos padrões de consumo. Não haverá como fugir a todas essas discussões.

Washington Novaes é jornalista

E-mail: wlrnovaes@uol.com.br

Sunday, March 05, 2006

revista da situação governista

Olhar com Imparcialidade.
É uma revista da situação governista.
Dados a serem verificados com postura crítica.

http://www.pt.org.br/site/assets/jornal_pt_noticias.pdf

"O direito de ofender"






*Fonte: "O direito de ofender", de Janer Cristaldo em
cristaldo.blogspot



Convidada a Berlim dia 9 de fevereiro passado, Ayaan Hirsi Ali pronunciou
um discurso sobre a affaire das caricaturas de Maomé, contra o islamismo e
pela defesa da liberdade. Como a imprensa brasileira observou um silêncio
obsequioso em torno ao pronunciamento da deputada holandesa, segue a
tradução do mesmo.*

Ayaan Hirsi Ali
Estou aqui para defender o direito de ofender. Tenho a convicção que esta
empresa vulnerável que se chama democracia não pode existir sem livre
expressão, em particular nas mídias. Os jornalistas não devem renunciar à
obrigação de falar livremente, da qual são privados os homens de outros
continentes.

Minha opinião é que o *Jyllands Posten *teve razão ao publicar as
caricaturas de Maomé e que outros jornais na Europa fizeram bem em
republicá-las.

Permita-me retomar o histórico desta affaire. O autor de um livro infantil
sobre o profeta Maomé não conseguia encontrar ilustrador. Ele declarou que
os desenhistas se censuravam por medo de sofrer violências da parte dos
muçulmanos, para os quais é proibido a qualquer um, onde quer que seja,
representar o Profeta. O *Jyllands Posten* decidiu investigar a esse
respeito, estimando - a justo título - que uma tal autocensura era portadora
de graves conseqüências para a democracia. Era seu dever de jornalistas
solicitar e publicar os desenhos do profeta Maomé.

Vergonha aos jornalistas e às cadeias de televisão que não tiveram a coragem
de mostrar a seu público o que estava em causa na affaire das caricaturas!
Estes intelectuais que vivem graças à liberdade de expressão, mas aceitam a
censura, escondem sua mediocridade de espírito sob termos grandiloqüentes
como responsabilidade ou sensibilidade.

Vergonha a estes homens políticos que declararam que ter publicado e
republicado aqueles desenhos era "*inútil*", era um "*mal*", era "*uma falta
de respeito*" ou "*sensibilidade*"! Minha opinião é que o primeiro-ministro
da Dinamarca, Anders Fogh Rasmussen, agiu bem quando se recusou a encontrar
os representantes de regimes tirânicos que exigiam dele que limitasse os
poderes da imprensa. Hoje, nos deveríamos apoiá-lo moral e materialmente. Eu
gostaria que meu primeiro-ministro tivesse tanto peito quanto Rasmussen.

Vergonha a estas empresas européias do Oriente Médio que puseram cartazes
dizendo *Nós não somos dinamarqueses*, *Aqui não vendemos produtos
dinamarqueses*! É covardia. Os chocolates Nestlé não terão o mesmo gosto
depois disso, vocês não acham? Os Estados membros da União Européia deveriam
indenizar as sociedades dinamarquesas pelas perdas sofridas pelo boicote.

A liberdade se paga caro. Pode-se muito bem despender alguns milhões de
euros para defendê-la. Se nossos governos não vêm em ajuda a nossos amigos
escandinavos, eu espero então que os cidadãos organizem coletas de doações
em favor das empresas dinamarquesas.

Nós fomos submergidos em uma onda de opiniões nos explicando que as
caricaturas eram ruins e de mau gosto. Disso resulta que estes desenhos não
tinham trazido senão violência e discórdia. Muitos se perguntaram qual
vantagem havia em publicá-los.

Bem, sua publicação permitiu confirmar que existe um sentimento de medo
entre os escritores, cineastas, desenhistas e jornalistas que quisessem
descrever, analisar ou criticar os aspectos intolerantes do Islã na Europa.

Esta publicação também revelou a presença de uma importante minoria na
Europa que não compreende ou não está disposta a aceitar as regras da
democracia liberal. Estas pessoas - cuja maior parte são cidadãos europeus -
fizeram campanha em favor da censura, dos boicotes, da violência e de novas
leis proibindo a "islamofobia".

Estes desenhos mostraram com evidência que há países que não hesitam em
violar a imunidade diplomática por razões de oportunismo político. Vimos
governos maléficos como o da Arábia Saudita organizar movimentos populares
de boicote ao leite e iogurte dinamarqueses, enquanto esmagariam sem piedade
todo movimento popular que reclamasse o direito de voto.

Estou aqui hoje para reclamar o direito de ofender nos limites da lei. Vocês
talvez se perguntem: por que em Berlim? E por que eu?

Berlim é um lugar importante na história das lutas ideológicas em torno da
liberdade. É a cidade onde um muro encerrava as pessoas no interior de um
Estado comunista. É a cidade onde se concentrava a batalha pelos corações e
mentes. Os que defendiam uma sociedade aberta mostravam os defeitos do
comunismo. Mas a obra de Marx era discutida na universidade, nas rubricas de
opinião dos jornais e nas escolas.Os dissidentes que tinham conseguido
escapar podiam escrever, fazer filmes, desenhar, empregar toda sua
criatividade para persuadir as pessoas do Oeste que o comunismo não era o
paraíso na terra.

Apesar da autocensura de muitos no Ocidente, que idealizavam e defendiam o
comunismo, apesar da censura brutal imposta ao Leste, esta batalha foi
ganha.

Hoje, as sociedades livres estão ameaçadas pelo islamismo, que se refere a
um homem chamado Muhammad Abdullah (Maomé) que viveu no século VII e é
considerado como um profeta. A maioria dos muçulmanos são pessoas pacíficas,
não são fanáticos. Eles têm perfeitamente o direito de serem fiéis às suas
convicções. Mas, no seio do Islã, existe um movimento islâmico puro e duro
que rejeita as liberdades democráticas e faz tudo para destruí-las. Estes
islâmicos procuram convencer os outros muçulmanos que sua forma de viver é a
melhor. Mas quando aqueles que se opõem ao islamismo denunciam os aspectos
falaciosos dos ensinamentos de Maomé, eles são acusados de serem ofensivos,
blasfemos, irresponsáveis - ou mesmo islamofóbos ou racistas.

Por que eu? Eu sou uma dissidente, como aqueles da parte leste desta cidade
que foram para o Oeste. Eu nasci na Somália e passei minha juventude na
Arábia Saudita e no Quênia. Eu fui fiel às regras editadas pelo profeta
Maomé. Como os milhares de pessoas que manifestaram contra as caricaturas
dinamarquesas, eu por longo tempo acreditei que Maomé era perfeito - que ele
era a única fonte do bem, o único critério permitindo distinguir entre o bem
e o mal. Em 1989, quando Khomeini lançou um apelo para matar Shalman
Rushdie, eu pensava que ele tinha razão. Hoje, não penso mais assim.

Eu penso que o profeta Maomé errou em subordinar as mulheres aos homens.

Eu penso que o profeta Maomé errou ao decretar que é preciso assassinar os
homossexuais.

Eu penso que o profeta Maomé errou ao dizer que é preciso matar os
apóstatas.

Ele errou ao dizer que os adúlteros devem ser chicoteados e lapidados, e que
os ladrões devem ter as mãos cortadas.

Ele errou ao dizer que os que morrem por Alá irão ao paraíso.

Ele errou ao pretender que uma sociedade justa possa ser construída sobre
essas idéias.

O Profeta fazia e dizia boas coisas. Ele encorajava a caridade em relação
aos outros. Mas eu sustento que ele também é irrespeitoso e insensível em
relação àqueles que não concordavam com ele.

Eu penso que é bom fazer desenhos críticos e filmes sobre Maomé. É
necessário escrever livros sobre ele. Tudo isto pela simples educação dos
cidadãos.

Eu não procuro ofender os sentimentos religiosos, mas não posso me submeter
à tirania. Exigir que os homens e as mulheres que não aceitam os
ensinamentos do Profeta se abstenham de desenhar, não é um pedido de
respeito, é um pedido de submissão;

Eu não sou a única dissidente do Islã, há muitos no Ocidente. E se eles não
têm segurança pessoal, devem trabalhar com falsas identidades para se
proteger da agressão. Mas ainda há muitos outros em Teerã, em Doha e Riad,
em Amã e no Cairo, como em Cartum e Mogadiscio, Lahore e Cabul.

Os dissidentes do islamismo, como os do comunismo em outras épocas, não têm
bombas atômicas nem nenhuma outra arma. Nós não temos o dinheiro do petróleo
como os sauditas e não queimamos embaixadas nem bandeiras. Nós recusamos
aderir a uma louca violência coletiva. Aliás, nós somos pouco numerosos e
muito dispersos para tornar-se uma organização de qualquer coisa. Do ponto
de vista eleitoral, aqui no Ocidente, não somos nada.

Nós temos apenas nossas idéias e não pedimos senão a oportunidade de
expressá-las. Nossos inimigos utilizarão se necessário a violência para nos
fazer calar; eles se dirão mortalmente ofendidos. Eles anunciarão por toda
parte que nós somos seres mentalmente frágeis que não se deve levar a sério.
Isto não é novo, os defensores do comunismo utilizaram à exaustão estes
métodos.
Berlim é uma cidade marcada pelo otimismo. O comunismo fracassou, o Muro foi
destruído. E mesmo se hoje as coisas parecem difíceis e confusas, estou
certa que o muro virtual entre os amantes da liberdade e aqueles que
sucumbem à sedução e ao conforto das idéias totalitárias, este muro também,
um dia, desaparecerá.

*P.S.: Já citei algumas vezes Ayaan Hirsi Ali, deputada do Parlamento
holandês, de origem somáli, roteirista do filme Submissão, em função do qual
o cineasta Theo Van Gogh foi assassinado por um muçulmano em novembro de
2004. Ao lado de Oriana Fallaci, é um dos raros intelectuais europeus com
coragem de enfrentar a agressão muçulmana ao velho continente. Ela vive sob
proteção policial.*
**
*Fonte: "O direito de ofender", de Janer Cristaldo


Fabiano Oliveira

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Saturday, March 04, 2006

País é acusado de maltratar menores ( Novidade só para quem é de fora ou está chegando de Marte Agora)

Rede 3setor http://br.groups.yahoo.com/group/3setor

Olá Tod@s

A Recomendação do Comitê de Direitos Humanos da ONU e da
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, para que o Brasil faça um controle da implementação dos Direitos Humanos para crianças e
adolescentes no país, tem tudo a ver.
Mas, deve haver esse tipo de controle da implementação dos
Direitos Humanos, não Sò para menores, crianças e adolescentes.
Deve se aplicar a toda a população brasileira.
Visando isso o Conselho e a Comissão de Direitos Humanos da
ONU ( que fazem parte da implementação da Reforma da ONU) que diz: "Quando o Estado não promever os Direitos Humanos, a ONU pode intervir ..."
Deveria orientar o país a fazer uma AUDITORIA da Dívida
Externa e Interna. A mãe das Dívidas Sociais, que inviabilizam a
promoção dos humanos é a Dívida Externa.
Com os R$ 717 bilhões gastos com a Dívida Pública nos seus
4 anos de governo, Lula poderia ter pago grande parte da Dívida Social Brasileira com toda a população. Haveria $ para aplicar nas diversas áreas sociais fundamentais para o país: Saúde, Educação, Apoio aos menores e maiores abandonados, Segurança, Emprego ...
O volume do endividamento brasileiro é assustador e o rítmo
de seu crescimento está cada vez mais acelerado. Já entregamos a maior parte das empresas nacionais, estamos leiloando a poços de petróleo. Apesar dos sucessivos recordes de arrecadação tributária, não há recursos para investimentos sociais efetivos (os programas paliativos mostraram-se verdadeiros fiascos e não melhoraram a vida do povo brasileiro)
A sangria de recursos ´para o pagamento de Juros - tanto internos quanto externos- é aviltante.
Com essa política Econômica não há como promover os Direitos
Humanos.
A Auditoria da Dívida Externa está prevista na Constituição Feder
al e não é feita. A Auditoria dessa dívida ém muito importante para saber de onde vem essa dívida , quem a contraiu e quem se benficiou desse processo.
Análise da cláusulas contratuais dos empréstimos externos, á luz do
Direito Internacional.
Devemos ver as reais causas que impedem o Brasil de promover os Direitos Humanos, não só para crianças e jovens, mas para todo o povo brasileiro.

From: "Gilberto de Andrade Freitas"
freitas.gilbertodeandrade@gmail.com>
To: <3setor@yahoogrupos.com.br>;
universidade_nomade@listas.rits.org.br>
Sent: Friday, February 24, 2006 10:25 PM
Subject: [ 3setor ] País é acusado de maltratar menores - O GLOBO -
24/02/5005


Rede 3setor http://br.groups.yahoo.com/group/3setor

Caros Listeiros;
A pedido da Rachel;
Estou enviando a matéria abaixo.
Gilberto;
São Paulo SP.

Rio, 24 de fevereiro de 2006
*Versão impressa* *País é acusado de maltratar menores*

Ciça Guedes

O caderno especial sobre direitos das crianças e a Convenção dos
Direitos das Crianças da ONU, publicado na edição desta semana da revista "The Lancet", uma das mais importantes publicações de pesquisa médica do mundo, traz um artigo sobre os centros de detenção de menores infratores no Brasil que acusa o país de não dar sequer os cuidados básicos de saúde e higiene
aos jovens, além de não investigar os casos de denúncias de maus-tratos e de espancamento.

Escrito por Michael Bochenek, do Human Rights Watch, e Fernando Delgado, do programa de direitos humanos da Faculdade de Direito de Harvard (EUA), o artigo, que aparece ao lado de outros seis ensaios, afirma que "15 anos após a adoção pelo Brasil de um das leis mais progressistas da América Latina para a juventude, que refletia substancialmente as garantias contidas na Convenção dos Direitos das Crianças da ONU, os centros de detenção de jovens continuam grosseiramente deficientes. Com recursos em queda, sujos e perigosamente superlotados, falharam até em prover os cuidados básicos de saúde e higiene."

O Human Rights Watch inspecionou 23 centros de detenção de menores no
Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará, Rio de Janeiro e Rondônia, além de usar dados de pesquisa prévia feita em São Paulo.

- Já publicamos três relatórios sobre as condições dos centros de
detenção no Brasil, com recomendações de mudança. Em outubro, apresentamos nossas conclusões ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, que as incluiu, de uma forma resumida e geral, em suas observações finais. Também apresentamos à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. A recomendação mais importante que fazemos é um efetivo controle independente, que o governo poderia implementar imediatamente, sem a necessidade de se envolver com mecanismos
regionais ou internacionais - afirmou Michael Bochenek ao GLOBO por
e-mail.

Além de ser uma das revistas com maior índice de leitura entre os
médicos de todo o mundo, "The Lancet", editada nos Estados Unidos, é também lida por jornalistas especializados que a acessam por meio de sites de divulgação
científica.




- Rede 3setor ( Rede de Informação e Discussão do Terceiro Setor ) -

Informações e inscrições no site http://br.groups.yahoo.com/group/3setor

A inscrição também pode ser feita enviando um e-mail em branco para:
3setor-subscribe@yahoogrupos.com.br

Para enviar mensagem para a Rede utilize:
3setor@yahoogrupos.com.br

Cancelar inscrição, envie mensagem para:
3setor-unsubscribe@yahoogrupos.com.br

OBS: Se você tiver mais de um e-mail, ao enviar, utilize como emissor, o e-mail com o qual está inscrito na Rede. Se utilizar um e-mail diferente o site não reconhecerá a operação.

Contato com a moderação:
3setor-owner@yahoogrupos.com.br

NOME: Rede 3setor

OBJETIVO
Promover o conhecimento, o debate, a divulgação de eventos e compartilhar experiências, entre pessoas e instituições que tenham interesse em questões sociais, tais como: cidadania, projetos sociais e sócio-culturais e ambientais, responsabilidade social, comunicação e marketing na área social.

COMPORTAMENTO
São bem-vindos: dicas de livros, textos, sites, cursos, palestras, seminários e etc, referentes ao tema.
Não são bem-vindas e podem ocasionar a exclusão do emitente, o envio de mensagens que não correspondam ao objetivo da Rede, assim como termos ofensivos.

FUNCIONAMENTO
A Rede é moderada, nem tudo que é enviado é liberado.
Funciona como um jornal com 1 edição diária, os e-mails são liberados em grupo, uma vez ao dia.
As mensagens fora do foco ( puramente pessoais, agressões, fofocas), repetidas, com HTML e assuntos relacionados a administração da Rede não são liberadas.
Os participantes são leitores, correspondentes, comentaristas, articulistas, divulgadores e etc.

Tem mais de 5.500 participantes de várias partes do Brasil e do exterior.

A Rede não tem HTML nem anexos, as mensagens são leves e sem vírus.

Não existem taxas para participar da Rede, é gratuita.